sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

E isso basta...

Um estado de torpor me toma
Sem sentir calor ou frio
Sem raiva, medo ou alegria
Tudo absolutamente distante e próximo
De sen[ti]do(r)

Tudo está
E isso basta.

Em: dezembro de 2010.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cada um e cada outro

Cada sonho
Cada sorriso
Cada tranquilidade

Cada um com seus redemoinhos
Cada um na tranquilidade do outro
Cada um e cada outro

Cada beijo
Cada cheiro
Cada banho

Cada outro com seus silêncios
Cada outro em infinitos particulares
Cada outro e cada um

Em:08.12.2010

domingo, 21 de novembro de 2010

of moon today...

of moon I returned
for plane around me and you
in ours individuality

I feel complete how of moon today...

em: 21.11.2010

Reflexões sobre uma família interna

É incrível como a família interna nos sufoca e nos faz chegos a situações tão simples de tratamento. Quando Cooper fala "[...] há sempre uma necessidade de tentar prender o desespero lamentoso do outro - por amor nosso, se não por amor dos outros."(COOPER, 1971.p.09) percebi em mim uma necessidade desnecessária do outro para supri um amor, agora percebido como desculpa, que novamente sufocava, moldava essa relação na imobildade da minha família interna e castradora das possibilidades de dúvidas.

Será que é tempo de olhar através dos outro para olhar dentro de mim e perceber o esvasiamento disso? Como pode o amor tornar-se libertador e não castrador? Até que ponto as coisas são realmente necessárias?

Talvez aquela necessidade de estar contigo desapareça na medida que a percepção disso seja tomada como absurdo, pois o amor - tomado com desculpa - não precisa necessáriamente dessa materialidade o estar vai muito além da presença do outro. É necessário antes de tudo estar consigo mesmo, em inteirezas de dúvidas possibilitando esse choque/encontro para então perceber o outro e as influências disso. O amor só é possível quando possibilitado ao diálogo entre interior e exterior. Qualquer coisa além disso é aprisionamento em modelos/tabus ensinados como senso, normalidade, socialmente aceitável.

em: 21.11.2010

Between The Bars

Drink up, baby
Stay up all night
Things you could do
You won't but you might

The potential you'll be
You'll never see
Promises you'll only make
Drink up with me now
And forget all about
Pressure of days
Do what I say
And I'll make you okay
And drive them away
Images stuck in your head

People you've been before
That you don't want around anymore
That push and shove and won't bend to your will

I'll keep them still

Drink up, baby
Look at the stars.
And I'll kiss you again
Between the bars
Where I'm seeing you there
With your hands in the air
Waiting to finally be caught

Drink up one more time
And I'll make you mine
And keep you apart
Deep in my heart
Separate from the rest
Where I like you the best
Keep the things you forgot

The people you've been before
That you don't want around anymore
That push and shove and won't bend to your will

I'll keep them still

Composição: Elliot Smith
Interpretação: Madeleine Peyroux

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A existência é amar...


A existência de uma inteireza tranquila em estar ao teu lado me fazem querer-te com a mesma tranquilidade do tempo das coisas minúdas de um mundo que tem mais solução quando somado a certeza desse equilíbrio dinâmico cultivado no jardim de um casarão antigo que diariamente se banha a luz das estrelas.
A existêcia de um encaixe gostoso em sentidos de corpo e de mente me fazem amar-te com a mesma leveza da água que nos leva ao frescor de um dia de sol na certeza da vida renovada a cada respiração.
A existência de mim e de ti na clareza de individualidades que respeitam em ser e em estar.
A existência é amar...

Em: 12.11.2010
Ilustração: "Sussurros" de Michele Cunha

sábado, 2 de outubro de 2010

Seres, estares, sentires


A mulher e o homem...

seres complementares e destrutivos...

ser sem o outro é ilusão...

estar sem o outro é eterna realidade...

A mulher e o homem...

uma mera ilusão...


em: 02.10.2010

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um

Uma lua
Uma flor
Um carinho que cresce.

Um caminho possível
Um equilíbrio (in)visível
...
que cresce.

em:22.08.2010

sábado, 14 de agosto de 2010

Saudades de ti


Estou com uma falta de ti. Por mais que nunca tivesses estado em mim. Isso é estranho. Uma vontade de ti em palavras e toques pra mim. Estou com saudades de ti.
Na ferocidade do doce sabor de um beijo teu
Que olhos nós temos?
Não sei, mas tenho medo do tempo
Tenho medo de correr demais e te esquecer
Tenho medo de um longo tempo não te viver
Contudo... sorrimos
Que os teus olhos nos meus olhos simplesmente
Se refazem

Em: agosto de 2010
Ilustração: Mário Gogh

quinta-feira, 29 de julho de 2010

sin(ser)idades

Sobresaltado ao mais íntimo sentir
de um alterego passado ao estado de ínfima memória.

Aos mestres marcado o sim
de tão gentis afagos,
de tão gentis sentires.

Deles as lembranças serão idades simplificadas
sin(ser)idades
de uma moderna companhia
de um drama de passados
de uma gostosa harmonia
de um não possível tornar-se verdade.

em: 28.07.2010

domingo, 11 de julho de 2010

a flor da pele estou

a flor da pele escreves um fio de autor[idade]
a flor da pele a precipitação da solidez fluida é simples resposta

de uma ferocidade felina
que está entre a cautela e a firmeza
que é tangente a sutileza e a força

a flor da pele sinto
a flor da pele desenho em luz o silêncio do som

Em: 11.07.2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sob silêncios


Sob horas contadas pela distância das águas
Sob águas contadas pelas horas distantes
Sob distâncias aguadas pelas horas contadas
Sob contadas distâncias de horas d'água

Silencias...

Em: 15.06.2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Eu queria te contar

Eu queria te encontrar agora
pra te dizer de uma canção que ainda é somente minha
de uma certa passagem de mãos que o vinho tinta seca
na superfície sensível ao sol
marcou o olhar no ângulo exato de um amor.

Amor sem medo
que vive tudo a seu próprio tempo
que está quieto ao perceber o vento
que vive solto no próprio contento
de duvidar da certeza de estar.

Eu queria te encontrar agora
pra te dizer de uma canção pra nós dois
pra te falar de um depois
num chá de acalmar a maré
pra pescar mais amor.

entre 16.04.2010 e 03.06.2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Falar simplesmente...

Falar de um tempo presente já é falar de passado
passado a tinta ou a luz
passado de tinta escorrida da esfera aguda
passado a luz salvo na tela.

Falar simplesmente...

em: 31.05.2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Madrugada


Alçamos vôos encantados
aos sonhos estereotipados
disfeitos de uma certeza da dúvida
antes da origem do cosmo

... mas eu quero a origem de mim...
... mas eu quero a incerteza do ir...
... I want...

Alçamos vôos encantados
aos sonhos estereotipados
disfeitos de uma certeza da dúvida
antes da origem do cosmo

... mas eu quero ser dono de mim...
... mas eu quero ser errado assim...
... I want...

Agora nossos vôos são de um pássaro noturno
que aos sonhos entregou a dúvida
que se (re)fez tendo dúvida da certeza
na origem do ser

... eu quero...
... eu sou...
... eu vou...
... eu vôo...
... eu volto ...

Em: 01.03.2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

I must be saved

Lose your keys under the house, lose the button from your blouse,
Lose the plastic diamond ring from the parade-
Lose the color in your lips, lose the swingin' in your hips,
But if you lose me in your grips I must be saved,

Lose the harmonies we learned, lose the taste of bread you earned,
Lose the stash you always kept but never craved-
Lose your rhythm, lose your lines, lose your sense of passing time,
But if you lose me in your mind I must be saved,

And if you find your conscience plagued by some misplaced or righteous rage.
Then lose yourself instead till you remember to forget.

Lose your passion and your hope, lose the knotting in your rope,
Lose your armor in the struggles that you brave-
Lose, the children that you bore, lose the battle, lose the war,
But if you lose me in your core I must be saved,

Lose your reverence for winners, your patience with forgiveness,
You don't have to be a master or a slave-
Lose your senses, lose your mind, lose your faith in human kind,
But if you lose me down the line I must be saved,

And if you find your conscience plagued by some misplaced or righteous rage
Then lose-yourself instead till you remember to forget.

Lose perfection for a start, lose the dream you kept apart,
Lose the chance to find another who'd behave,
And then if you haven't yet, 'lose your loser's last regret
For if you lose me in your net I must be saved

Lose the vows we never spoke, lose the punch-line to the joke,
Lose your innocence as if willingly you gave-
Lose the kettle on the pot, you can lose the best you've got
But if you lose me in your heart. I must be saved.



Letra e música de Madeleine Peyroux

Soneto da palavra esquecida


Busco a palavra que serve neste verso
Não é amar, nem noite, nem esperança.
Nem o que lembre mar ou rio perdido
Lago, luar ou solitária dor.
É uma outra que me foge ainda
E que sentado aqui nesse momento
Procuro em vão na noite adormecida
Enquanto no céu corre a lua cheia.
É uma palavra que encerra gestos
Interjeições de espanto e de surpresa
Mas que esqueci talvéz a muito tempo
Significa desespero vão.
Arrependimento de amar cousas partidas
De ser poeta nessa noite plena.

Cauby Cruz

sábado, 24 de abril de 2010

Caminhem!

Está escuro meus amigos, está barulho, é por isso que quero fugir e tornar-me tão terra, tão água, tão ar quanto eles próprios, coisas e seres naturais.
Não serei mais portador da minha dor, talvez agora eles, os cisnes marcados, possam tomá-las como suas inteiras verdades, verdades medidas na cor, no humor, no pudor desenhado por seus olhos manchados.
Reneguei a essa fortuna, derramei esse passado, abracei o meu destino desvairando aqueles olhos doutrinados a visitação do "self".
Não sei mais buscar riscados no vidro, estou pasmo e cego, sem roupa e calos, não sei mais andar, só simto meu próprio pulsar.
Meu âmago, meu céu esvainescido formou-se na plantação que sonhe, pois o sonho me resta, é meu. Meu caminho - etapa primeiramente vai-se indo, indo, foi... Já posso acordar e sentir a água da chuva ser minha, ser parte com parte formando o chão.
Na parte terceira (re)aprendi a andar, na quarta partícula à (re)falar, na quinta partida foi apenas voar, na sexta viagem queria gritar, agora, na sétima etapa me fiz foi girar.
Saibam que as luzes, suas tampas, suas pernas e pele nada valem sem a distância de ir, ir sonhar, andar, falar, voar e girar na penumbra, pois nem tudo é claridade completa nem o inverno do teto, nem teu chão na imensidão do breu.
Caminho é pedra, é água, á grama. Caminhem!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tempo de Luz


A qual tipo de esperanças podemos nos entregar?

Sei de uma esperança que
havia muito não percebia...
a possibilidade de um tempo todo de luz
que viaja na sabedoria de um passado estrelar.

Sei de uma esperança que
havia muito e não percebia...
se aliava a poesia do olhar
que tangencia ou vive do sentido.

Sei de uma esperança que
havia muito não percebia...
partia de uma surpresa tão desejada
de saber de um sonho que se quer resolvido.

Todos sabemos de uma esperança que
havia muito não percebiamos.

em: 16/04/2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Noite

Insone noite de pouco vento e alguns reflexos
Santifica o sono distante
E descongela um grafite a muito sem cor

Meus dias de inquietude... a distância do querer... de um querer qualquer... seja bom ou ruim... apenas fragmentado com a inércia da própria luz ou da falta dela... por sua existência inquestionável mesmo com a ausência de matéria...

Santificado seja o sono
De um anjo que desapareceu

Em: 03.04.2010

domingo, 4 de abril de 2010

Negra


Parte gota a gota
uma alegria negra
de pelos curtos
e caça prima.

Parte gota a gota
uma alegria negra
de olhos verdes
e vida atenta.

Negra alegria
uma parte
gota a gota.

em: 04.04.2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Espelho Marcado

Minha sombra metade
de lua em parte
no chão
m_olhado
é face
dos sonhos vistos no vidro
espelho marcado
a margem
rasteira...

O olho jogado na terra
servida de vidro que chora
o brilho quebrado
naquela libido
mastigada no tremor das cordas
do som do teu seio
já quase tépido
sem amor (fugor).
E cada lençól manchado
mora emeado a sonhos
foste a mim, meu amor
sorrir e tomar
as cartas, em mãos.

em: 04.04.2005

Labirinto de vento

Cultivada
Minha e também tua
Essência de alma
Que a chuva molha
A lua cobre
O sol embraza em cinza.
No teu e meu labirinto de vento.

em: 20.02.2005

domingo, 28 de março de 2010

Neblina

Existe uma solidão tranquila, que em plena quietude se satisfaz. É como se fosse o momento posterior a saciedade da fome, um momento de se encontrar, de permitir que o corpo se perceba, de divagar os pensamentos em uma neblina densa, que é leve e sutil, mas firme e presente.
...
Nesse momento deixa-se de enxergar o externo do ser para ir e devir dentro da consciência do inconsciente.

em: 27/03/2010

domingo, 21 de março de 2010

VELZ

Os incríveis interesses (comuns)
é comunal deslize
porque não somo inteirezas.
Horas, minutos, segundos
mas todo tempo é líquido
então desfaço o incrível
o invisível
para ser simplesmente comum.

em: 13/02/2004

quinta-feira, 18 de março de 2010

luz turva

nossos corpos de passagem
o devir constante de uma solidez flúida
o sem cessar de uma natureza impalpável
quase invisível
que tornaram mais sombra e luz todo caminho.

a luz é turva
mas o caminho é desejável
o ir além é inquestinável

então claramente as cegas
eu vou

em: 16/03/2010

terça-feira, 16 de março de 2010

Inaudível

Estou com as unhas cravadas tão fundas que as fendas parecem não poder mais se deslocar. O abismo está escuro, sólido e áspero de tanta amargura e a língua se cala na busca do inaudível. Mas definir não é necessário, sussurar sin(al), suspender a um estado de mémória.

entre: outubro de 2006 e março de 2010.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Calêndola

Já quase se fez revolução
nesse nó de células
uni-forma
sempre calêndola,
na mística pigmentação
de luz em sombra
é vontade de movimento
é perplexo o momento
é virtude de dentro,
então há gozo
no medo de vento de chuva
que grita o instrumento
em voz, na penumbra.

Em: 22/02/2005

Passagem

O estranhamento e a distância
em dois passeios
um na cabeça, um na certeza
e a chuva deixa mais alvo o caminho do passeio branco
a mesma chuva deixa mais turvo os vidros das minhas janelas

elas já querem alçar vôo

(os devaneios da dúvida)
por quantas horas a resposta não virá por que simplismente não foi feita e pergunta?

em: 12/07/2007

domingo, 14 de março de 2010

toda essa língua
caída nas cinzas
na derme final
todo o conjunto
contido no fundo
no ser natural
toda saliva
toda perdida
na veia carnal.

em: 16/02/2005
ondulante e cinza
feito de fogo e fumo
irradia um domo secreto
na busca da fuga ou do encontro

vive-se uma pequena e grande ansiedade por um velho reencontro, ou dois, ou três velhos reencontros que nunca de fato se encontraram. a espectativa se vive e logo se esvai com um maço curto de esperença. a ansiedade do entremeios [do fim e do (re)começo]. e toda lembrança sentinela aqui. apenas na certeza de não ser um encontro para essa encarnação.