sábado, 24 de abril de 2010

Caminhem!

Está escuro meus amigos, está barulho, é por isso que quero fugir e tornar-me tão terra, tão água, tão ar quanto eles próprios, coisas e seres naturais.
Não serei mais portador da minha dor, talvez agora eles, os cisnes marcados, possam tomá-las como suas inteiras verdades, verdades medidas na cor, no humor, no pudor desenhado por seus olhos manchados.
Reneguei a essa fortuna, derramei esse passado, abracei o meu destino desvairando aqueles olhos doutrinados a visitação do "self".
Não sei mais buscar riscados no vidro, estou pasmo e cego, sem roupa e calos, não sei mais andar, só simto meu próprio pulsar.
Meu âmago, meu céu esvainescido formou-se na plantação que sonhe, pois o sonho me resta, é meu. Meu caminho - etapa primeiramente vai-se indo, indo, foi... Já posso acordar e sentir a água da chuva ser minha, ser parte com parte formando o chão.
Na parte terceira (re)aprendi a andar, na quarta partícula à (re)falar, na quinta partida foi apenas voar, na sexta viagem queria gritar, agora, na sétima etapa me fiz foi girar.
Saibam que as luzes, suas tampas, suas pernas e pele nada valem sem a distância de ir, ir sonhar, andar, falar, voar e girar na penumbra, pois nem tudo é claridade completa nem o inverno do teto, nem teu chão na imensidão do breu.
Caminho é pedra, é água, á grama. Caminhem!

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